A Quinta do Pôpa, no Douro, reabriu as portas do enoturismo, tanto para visitas in loco como em visita virtual. Os irmãos Vanessa e Stéphane Ferreira convidam enófilos, turistas e curiosos a fazer uma visita pela sala de cascos e garrafeira, assim como visitar e fazer compras na loja de vinhos.

A partir de agosto estão previstas visitas virtuais às vinhas, através do site ou de um QR Code presente nos novos contra-rótulos dos vinhos da Quinta do Pôpa. Ao longo do ano, o site e as visitas virtuais vão integrar novidades e atualizações com recurso a vídeos, mas também novas informações, que ao inscrever-se como membro do Pôpafriends Wine & Club vai receber lembretes dessas atualizações.

O “sítio” digital mantém-se, www.quintadopôpa.com, mas foi reestruturado, estando mais adaptado aos dias de hoje. A iniciativa foi liderada por Vanessa Ferreira, em conjunto com a sua equipa de enoturismo e digital, que desafiaram as empresas 360 Unit e Pelican Bay, especializadas em plataformas digitais, para desenvolverem o projeto.

Para Stéphane Ferreira este é mais um passo no caminho de uma oferta integralmente sustentável, que prevê atingir em cinco anos. Com esta ferramenta vamos poder chegar a mais pessoas, na partilha da nossa história e dos nossos vinhos, sem que tenham que viajar até nós no imediato. A transformação digital desembrenha um papel significativo no desenvolvimento sustentável e tem um enorme potencial para contribuir para a proteção dos ecossistemas e na proximidade das diferentes comunidades”, afirma o co-proprietário da Quinta do Pôpa.  

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A associação Bagos d’Ouro

A Quinta do Pôpa disponibiliza visitas virtuais, mas convida a quem quiser ajudar a Bagos d’Ouro, a fazer um donativo, diretamente na conta da associação, que nasceu de um sonho e que apoia a igualdade de oportunidades para as crianças da região do Douro, tendo como mote: "Para que as Grainhas de hoje sejam os Bagos d’Ouro de amanhã".


Quinta do Pôpa

No coração do Douro, a Quinta do Pôpa está situada na encosta de Adorigo, localidade do concelho de Tabuaço, entre a Régua e o Pinhão, num troço da EN222, aquela que já foi considerada a melhor e mais bela estrada do mundo para se conduzir.

Resultado do sonho do duriense Pôpa, concretizado pelo seu filho Zeca (do Pôpa) e celebrado pelos seus Netos (do Pôpa). A história da Quinta tem origem no nome que lhe dá vida. Pôpa era a alcunha de Francisco Ferreira, bastardo de um grande lavrador duriense, que viveu a sua vida sem ser reconhecido como filho e irmão. Sempre trabalhou na vinha e no fruto que deu de comer a quem o negligenciou, enquanto ele, a sua mulher e os seus filhos passaram fome.

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O seu maior sonho era ter um pedaço de terra no Douro, onde pudesse produzir o seu próprio vinho. Não o conseguiu realizar, ele próprio, mas o sonho foi agarrado por um dos seus filhos, José Ferreira, conhecido como Zeca do Pôpa.

Aos 16 anos, José encheu-se de vontade e de fé e emigrou para França, para poder dar uma vida decente à sua mãe e irmãos, um rapaz e uma rapariga, bem novinha. Lutou bastante, mas nunca desistiu, porque sempre acreditou que o sonho comanda a vida. Visionário, regressou a Portugal e, finalmente, investiu no Douro: em 2003 comprou a Quinta do Vidiedo (então batizada como Quinta do Pôpa). Assim nascia um projeto de vida, carregado de emoção e que passou de geração em geração.

Atualmente são os Netos do Pôpa, Stéphane e Vanessa Ferreira, os gestores da Quinta do Pôpa. É com desmedido orgulho que os Netos do Pôpa assumem que: não basta sonhar, é preciso lutar para criar e depois celebrar, seguindo-se um novo ciclo. O nosso avô sonhou, o nosso pai construiu e partilhou connosco. Juntos celebramos a concretização de um sonho; seguem-se outros. O nosso pai ensinou-nos a vivê-lo em loop, para que o sonho continue... dando voz àquela que é a nossa máxima: Dream > Create > Celebrate.”.

Quanto à produção de vinhos, aconteceu mais tarde, em duas fases: em 2007 para a família e amigos, feitos sob a orientação do bairradino Luís Pato, enólogo e amigo da família; e, a partir de 2010, já com enólogo residente e com o intuito de serem comercializados. Em 2012 nasce a aposta no enoturismo. Com uma área total de 30 hectares, 14 são de vinha, toda de letra A, a mais alta classificação atribuída às vinhas na região. Possui apenas uvas tintas, todas de castas autóctones, entre as quais se destaca a Touriga Nacional, seguida de Tinta Roriz, Touriga Franca, Tinto Cão, Sousão e Malvasia Preta. Nota para os quatro hectares de Vinhas Velhas, com mais de 80 anos e onde estão presentes 22 variedades de uva.

A Quinta do Pôpa estimula o desenvolvimento da comunidade agrícola local, adquirindo anualmente uvas a outros agricultores, sempre sob acompanhamento e controlo técnico da equipa de viticultura e enologia, para que a qualidade seja salvaguardada. Sob a batuta do enólogo João Menezes resultam vinhos que aliam a tradição à inovação, com métodos ancestrais na vinha e na vinificação – onde a pisa é feita a pé em lagares de granito – a serem auxiliados pela tecnologia na adega.

A Quinta do Pôpa categoriza os seus vinhos em quatro patamares. Como ‘Entrada de Gama’ há um branco e um tinto com a marca ‘Contos da Terra’. Na gama ‘Selecção’ cinco vinhos: ‘Pôpa Unoaked’ branco, rosé e tinto (vinhos jovens e aromáticos, sem estágio em madeira) e ‘Pôpa Black Edition’ branco e tinto (vinhos com maior expressividade e volume de boca). Sob a umbrella ‘Vinhos de Parcela’ estão quatro monocastas: de Vinhas Velhas (‘Pôpa VV’), de Touriga Nacional (‘Pôpa TN’), de Tinta Roriz (‘Pôpa TR’) e, mais recentemente, de Touriga Franca (‘Pôpa TF’). O ‘PaPo’ (vinho feito com uvas da Bairrada e do Douro), o ‘Pôpa Vinho Tinto Doce’ (que o primeiro vinho tinto doce produzido no Douro), o ‘Quinta do Pôpa Homenagem tinto’ e o ‘Quinta do Pôpa Porto Vintage’ integram as ‘Limited Editions’.

Os irmãos Stéphane e Vanessa Ferreira têm ainda vinhos sob a chancela ‘Pôpa Art Projects’. Todos os néctares da Quinta do Pôpa são “Vinhos de Homenagem”: o ‘Quinta do Pôpa Homenagem’ a Francisco Ferreira (Pôpa); o ‘Quinta do Pôpa Porto Vintage’ a José Ferreira (Zeca do Pôpa); os Vinhos de Parcela e da gama Seleção à família Pôpa; o ‘Pôpa Vinho Tinto Doce’ é um tributo às mulheres da família; o ‘PaPo’ ao enólogo Luís Pato; e a gama ‘Contos da Terra’ ao Douro, terroir e suas gentes.

 

Com Joana Pratas