Um novo estudo com mais de 16.000 estafetas de 24 países europeus, incluindo Portugal, revela que a grande maioria escolhe o trabalho através de plataformas devido à flexibilidade que estas oferecem, considerando-o como uma atividade complementar aos seus estudos ou outros empregos.

Contudo, uma mudança de política em toda a UE no sentido de remover a possibilidade de trabalho flexível, poderia impedir até 250 000 estafetas de aceder ao trabalho através de plataformas.

As políticas que forçam os estafetas independentes a trabalhar num cenário de emprego fixo poderiam retirar até 75 000 estafetas de toda a Europa da força laboral e colocariam em causa até 800 milhões de euros de rendimentos. De acordo com o estudo, o setor europeu de food delivery sustenta mais de 375 000 oportunidades de trabalho e gera mais de 20 mil milhões de euros em receitas para a economia.

O estudo, publicado pela Copenhagen Economics, em nome da Delivery Platforms Europe, revela que a flexibilidade é crítica para os estafetas e para o valor económico criado pelo trabalho através de plataformas.

O estudo também concluiu que um terço dos estafetas (34%) acede ao trabalho através de plataformas para aumentar o rendimento em complemento com outro trabalho em tempo integral ou parcial.

Em média, apenas metade (54%) do rendimento dos estafetas é gerado a partir do trabalho em plataformas com a maioria a trabalhar em média 23 horas por semana. A flexibilidade permite que os estafetas escolham o horário e a quantidade de horas que trabalham livremente, resultando numa variação média das horas semanais de 42%.

O estudo também apurou que a maioria dos estafetas (69%) continua a preferir a flexibilidade em vez de um horário predeterminado, mesmo se tivessem a possibilidade de ganhar um rendimento 15% superior nesse cenário.

De acordo com o estudo, se o trabalho independente através de plataformas fosse substituído por um modelo de emprego menos flexível, onde as horas são predeterminadas pelas plataformas, entre 100 000 e 150 000 estafetas seriam forçados a desistir do seu trabalho de entregas, aumentando para até 250 000 se fossem obrigados a trabalhar mais horas do que atualmente.

Plataformas de food delivery criam valor para toda a economia, diz o estudo

Em 2020, os consumidores fizeram 19,4 milhões de pedidos por semana. Com base nessas evidências, o estudo conclui que, em 2020, o ecossistema de entrega de alimentos gerou cerca de 20 mil milhões de euros de receitas para estafetas, plataformas e restaurantes.

Bruno Basalisco, Diretor da Copenhagen Economics, comenta o estudo: “Esta é a primeira vez que um número tão elevado de estafetas em vários países foi questionado sobre as suas opiniões sobre o trabalho flexível e sobre o que aconteceria se tal fosse reduzido. A partir das evidências, fica claro que, para a maioria dos estafetas, a flexibilidade é crítica, já que o trabalho de entregas é uma atividade complementar aos seus estudos ou outros empregos. Se retirarmos essa flexibilidade, dezenas de milhares de estafetas em toda a Europa serão desencorajados ao perder o trabalho e enfrentarão uma redução significativa nos rendimentos com o trabalho através de plataformas. Isso não só prejudicaria os estafetas, mas também os consumidores, as empresas locais e a economia europeia em geral.”

Miki Kuusi, cofundador e CEO da Wolt, um dos fundadores da Delivery Platforms Europe afirma: “A maioria dos estafetas valoriza a flexibilidade e gostaria de manter o controlo da quantidade, quando e onde trabalham. Este estudo pan-europeu abrangente confirma isso. A flexibilidade não deve prejudicar a segurança e o bem-estar dos estafetas. Queremos trabalhar com legisladores e decisores políticos para encontrar soluções para combinar flexibilidade e redes de segurança”.

Niklas Östberg, CEO e cofundador da Delivery Hero, um dos fundadores da Delivery Platforms Europe disse: “Como representantes do setor de entregas europeu, trabalhamos ao lado de legisladores, associações e da comunidade de estafetas. Garantimos que os trabalhadores via plataformas estejam protegidos, seguros e sejam compensados de forma justa, sem comprometer a flexibilidade que sabemos que tanto apreciam.”

O estudo foi conduzido entre mais de 16.000 estafetas que trabalham com Bolt, Deliveroo, Delivery Hero, Uber e Wolt em países da UE (exceto Bulgária, Dinamarca, Alemanha, Luxemburgo e Noruega). Adicionalmente, o estudo apurou dados das empresas sobre fatores como horas de trabalho, número de entregas e valor da entrega para avaliar possíveis consequências para o mercado.

A Copenhagen Economics é uma das principais empresas de economia da Europa. Fundada em 2000 e mantida de forma independente, atualmente emprega mais de 90 funcionários que operam em escritórios em Bruxelas, Copenhaga, Helsínquia e Estocolmo.

A Delivery Platforms Europe é uma coligação que reúne restaurantes e plataformas de entrega para aumentar a consciência dos benefícios únicos que proporcionam aos consumidores, comerciantes e parceiros de entregas da Europa. Comunicando através de uma só voz, as nossas empresas membro Bolt, Delivery Hero, Deliveroo, Glovo, Uber Eats e Wolt, apoiam iniciativas políticas que favorecem o desenvolvimento sustentável da economia das plataformas na Europa e o desenvolvimento de um ambiente de trabalho de plataformas justo e inclusivo.

Com Hill+Knowlton Strategies